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O mundo caminha para uma tragédia que pode ser evitada, mas que não é face a ganância do ser humano em apenas lucrar com os recursos naturais sem repor ao meio ambiente.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008





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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

ONU publica Avaliação Ecossistêmica do Milênio: como cuidar de um planeta doente

Por: Karina Miotto
Em pleno século XXI não é mais segredo para ninguém a necessidade de cuidar do meio ambiente – e, mais do que nunca, organismos internacionais começam a se preocupar com os efeitos de tantos maus tratos. Como está a saúde dos ecossistemas do planeta? De que forma os ecossistemas podem mudar o futuro e influenciar a vida humana? O que pode acontecer com o mundo se a degradação ambiental continuar no ritmo em que está? Qual a melhor forma de preservar o meio ambiente em um mundo que se torna cada vez mais globalizado, industrial e capitalista? Foi pensando nas respostas a essas perguntas que Kofi Anam, Secretário Geral da ONU, encomendou a elaboração da Avaliação Ecossistêmica do Milênio.
Trata-se de um projeto que desvenda a saúde dos ecossistemas do planeta e sua relação com a manutenção da vida. O estudo foi feito de 2001 a 2005 por um grupo de 1 350 cientistas de 95 países, incluindo o Brasil. Entre os participantes encontram-se pesquisadores de diversos órgãos e universidades, como a de Stanford, nos Estados Unidos, a de Pretória, na África do Sul, a de Oxford, no Reino Unido e o Instituto de Crescimento Econômico, na Índia. Fernando Almeida, Presidente Executivo do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e José Galízia Tundisi, Presidente do Instituto Internacional de Ecologia, são os brasileiros que contribuíram com a avaliação. Todos os tipos de ecossistemas foram estudados, desde florestas naturais até ambientes modificados pelo homem, como áreas urbanas e agrícolas. Na América do Sul, as pesquisas abrangeram a cordilheira de Vilcanota, no Peru, o cinturão verde de São Paulo, o deserto do Atacama, no Chile, e a zona cafeeira da Colômbia.
Para entender a avaliação é necessário ter em mente que fatores sociais e econômicos influenciam diretamente na saúde dos ecossistemas, o que também gera conseqüências imediatas para a vida humana. É um ciclo. Entrando em frases populares, “o homem colhe o que planta”. A tecnologia e o estilo de vida que envolvem determinada população podem afetar diretamente a saúde do meio em que ela se encontra, ou, de acordo com o próprio estudo, “o bem-estar humano”. Se cada população tratasse bem o ecossistema em que vive, procurando agir dentro dele de forma sustentável, de maneira que ele sofresse o mínimo de intervenções, então o ser humano provavelmente não sentiria tanto as conseqüências das mudanças provocadas nesse mesmo ecossistema. Quanto mais a população intervir no meio ambiente, mais colherá os frutos dessa intervenção – e eles normalmente não são bons.
O resultado da Avaliação Ecossistêmica do Milênio é preocupante, tendo em vista que a vida do homem na Terra depende da saúde dos ecossistemas. A humanidade precisa de recursos naturais para sobreviver e nunca os ecossistemas do mundo foram tão agredidos e modificados como nos últimos 50 anos. Um dos grandes fatores que implica na atual situação dos ecossistemas é o crescimento da população mundial, que fez aumentar a níveis exorbitantes o uso de água, a produção de alimentos, a extração de madeira, o uso de fibras e de combustível.
Esse tipo de comportamento gerou uma das principais conclusões da avaliação: além do fato de 60% dos ecossistemas avaliados não serem utilizados de forma sustentável, dentro de pouco tempo o planeta não terá mais condições de fornecer bens naturais aos homens. As alterações feitas nos ecossistemas aumentam as chances de mudanças radicais, prejudiciais, “abruptas e potencialmente irreversíveis” aos seres humanos. A destruição de hoje vai gerar surtos de epidemias - além disso, o planeta vai perder a capacidade de fornecer peixes e água doce, de reciclar nutrientes do solo e de controlar o clima, sem falar na dificuldade de recuperação de áreas que sofrerem desastres naturais. O homem ainda não sabe usufruir de forma saudável e coerente os recursos do meio ambiente e a degradação dos ecossistemas afeta primeiramente as populações mais pobres, o que gera ainda mais desigualdade e conflitos sociais.
Mudanças nos ecossistemas apresentadas pela Avaliação:
-A partir de 1945, mais terras foram convertidas em lavouras do que nos séculos XVIII e XIX juntos. Os sistemas cultivados - áreas onde pelo menos 30% da paisagem consiste de lavouras, criação de gado confinado ou aqüicultura de água doce - representam um quarto da superfície terrestre do planeta;
-20% dos recifes de corais desapareceram e outros 20% foram degradados nas últimas décadas do século XX. Também foram destruídas 35% das áreas de manguezais;
-A extração de água dos rios e lagos duplicou desde 1960. 70% do uso mundial da água vai para a agricultura;
-Desde 1750, a concentração atmosférica de dióxido de carbono aumentou em 32%, principalmente em decorrência da combustão de combustíveis fósseis e mudanças no uso do solo;
-O homem está alterando de forma irreversível a diversidade da vida no planeta. Isso acarreta significativa perda da biodiversidade;
-Mais de dois terços da área de 2 dos 14 maiores biomas do planeta, e mais da metade da área de quatro outros biomas foram convertidos, até 1990, principalmente para a agricultura;
-Nos últimos séculos, a taxa de extinção de espécies pelo homem aumentou cerca de 1.000 vezes. Entre 10% e 30% das espécies de mamíferos, aves e anfíbios encontram-se atualmente ameaçadas de extinção. Em geral, os habitats de água doce tendem a apresentar a maior proporção de espécies ameaçadas;
-A incidência de doenças em organismos marinhos e o aparecimento de novos agentes patógenos vêm aumentando e alguns deles, como a ciguatera, prejudicam a saúde humana. A proliferação nociva (e também tóxica) de algas em águas costeiras crescem em freqüência e intensidade, prejudicando a produção pesqueira e a saúde humana;
Conclusão:
Além de avaliar a saúde atual do planeta, a avaliação também propõe a governos do mundo todo opções que podem diminuir a degradação ambiental e até mesmo contribuir para a regeneração dos ecossistemas globais. Políticas de educação do público em geral e de indústrias; controle populacional; fiscalização de programas ambientais que intensifique a transparência da prestação de contas; participação mais ativa dos meios de comunicação na divulgação da real situação dos ecossistemas do planeta, bem como das soluções propostas por entidades competentes; estabelecimento de cotas que limitem a produção pesqueira; criação de áreas de proteção marinha; programas de uso sustentável de ecossistemas que tenham a participação de populações nativas, mulheres e jovens; substituição de combustível – de carvão ou petróleo, para gás; investimento em tecnologias que não agridam o ambiente –na agricultura, esse fator pode culminar na diminuição significativa do uso de águas e fertilizantes no solo, por exemplo. Estas são apenas algumas das cerca de 74 soluções propostas.
A Avaliação Ecossistêmica do Milênio é uma espécie de alerta com sinal vermelho a todos os governos – se não começarem, desde já, a reverem suas políticas ambientais, sociais e econômicas, dentro de pouco tempo a vida na Terra se tornará insustentável. Quem pensa que pode dormir tranqüilo porque, afinal de contas, o estudo se refere a um futuro distante, está muito enganado. Tudo isso irá acontecer em no máximo 50 anos. Tempo pequeno demais para evitar um colapso ambiental, levando-se em conta que a Terra já existe há 4,6 bilhões de anos.

Reduzir a fome pela metade está ao nosso alcance

Reduzir a fome pela metade está ao nosso alcance

Força-tarefa estabelece 40 soluções efetivas para dramática redução da fome no mundo
Nova Iorque, 17 de Janeiro de 2005 – Todos os dias, mais de 850 milhões de pessoas vão se deitar com fome; dentre elas, 300 milhões são crianças. Mas ao longo da próxima década, mais da metade delas podem ser salvas da má nutrição, de acordo com a Força-tarefa sobre a Fome do Projeto do Milênio das Nações Unidas. Além disso, a Força-tarefa identificou 313 áreas no mundo todo que necessitam de ação prioritária.
Os levantamentos da Força-tarefa – Reduzindo a fome pela metade: é plenamente alcançável – foi lançado hoje como parte de um detalhado plano de ação global para combater a pobreza, doenças e degradação ambiental em países em desenvolvimento. A Força-Tarefa sobre a Fome foi dirigida pelo Dr. Pedro Sanchez , ganhador do prêmio “Gênio MacArthur”, vencedor do Prêmio Mundial da Alimentação de 2002, e pioneiro no campo de solos tropicais e agrossilvicultura; e o Prof. Swaminathan , vencedor do Prêmio Mundial da Alimentação de 1987, líder do movimento Revolução Verde da Índia, e líder mundial no campo de segurança alimentar sustentável. Eles coordenaram um grupo sem precedentes de especialistas vindos de governos, iniciativa privada, organizações não-governamentais e da academia que durante os últimos dois anos viajaram o mundo para observar e discutir precisamente o que está sendo feito para combater a fome e como soluções de sucesso podem ser usadas em regiões que ainda enfrentam o problema.
“O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir a fome pela metade até 2015 pode ser cumprido se os países industrializados aumentarem e melhorarem a assistência para o desenvolvimento”, diz o relatório. “Reduzir a fome pela metade está em nosso alcance. O que falta é ação para implementar e estender as soluções conhecidas”.
A Força-tarefa sobre a Fome desenvolveu uma ampla diversidade de recomendações acreditando que, cada país, região ou comunidade pode escolher a combinação certa de intervenções mais apropriadas às suas necessidades e circunstâncias. Especificou 40 soluções testadas para combater a fome e um plano para sua implementação nos níveis internacional, nacional e comunitário. A África recebeu ênfase específica, por ser a única região do mundo em que a má nutrição está aumentando. As recomendações incluem:
Partir do compromisso político para a ação por meio de um intenso trabalho de conscientização, aumento dos recursos, maior consciência pública e amplo monitoramento.
Reformar políticas e criar um ambiente propício por meio de estratégias como uma política integrada que cubra agricultura, nutrição e desenvolvimento rural, aumento do apoio orçamentário, promoção da autonomia das mulheres e meninas, amplo acesso à terra, intensificação da pesquisa, remoção das barreiras ao comércio e desenvolvimento de capacidades para a implementação de programas de redução da fome.
Elevar a produtividade agrícola de pequenos lavradores que se esforçam para produzir alimento suficiente para sua subsistência com a melhoria da qualidade do solo, das sementes e criações, dos métodos de gestão da água, e extensão dos serviços de agricultura.
Melhorar a nutrição de grupos vulneráveis que padecem de fome crônica, por meio de programas experimentados de nutrição com foco nas grávidas e lactantes, bebês, crianças e adolescentes, e por meio de apoio a programas que reduzam as deficiências em vitaminas e minerais e as doenças infecciosas que contribuem para a má nutrição.
Reduzir a vulnerabilidade dos que sofrem de fome aguda por meio de redes de segurança produtivas. Técnicas incluem a preparação prévia para crises de alimentos por meio de alertas preventivos e sistemas emergenciais de reação e o desenvolvimento de redes de segurança sociais.
Fazer os mercados trabalharem para os pobres com o objetivo de impulsionar a renda daqueles que se esforçam para pagar pelo alimento. As estratégias incluem investir em infra-estrutura comercial, desenvolver redes de pequenos comerciantes de insumos rurais, melhorar o acesso aos serviços financeiros e informações de mercado para os pobres, fortalecer associações comunitárias e promover fontes alternativas de renda.
Restaurar e conservar os recursos naturais essenciais para a segurança alimentar. Intervenções incluem ajudar as comunidades a restaurar os recursos naturais, assegurando acesso local, propriedade, e direitos de manejo de florestas, recursos pesqueiros e terras devolutas, desenvolvendo “empresas verdes” baseadas em recursos naturais, e pagando as comunidades rurais pobres por serviços ambientais.
Este plano de ação sobre a fome é crucial para o cumprimento dos compromissos firmados em 2000 na Cúpula do Milênio, na qual líderes mundiais concordaram em tornar a luta contra a pobreza – e todas suas facetas – sua prioridade em países em desenvolvimento. A cúpula inspirou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os quais são construídos reconhecendo que, da saúde ao meio ambiente, da educação a igualdade entre sexos, uma crescente lista de temas sobre desenvolvimento não poderá mais ser administrada exclusivamente dentro das fronteiras de uma única nação.
O plano da Força-tarefa sobre a Fome é parte do Projeto do Milênio das Nações Unidas, o qual foi convocado pelo Secretário-Geral da ONU em 2002 para desenvolver um plano de ação prático que habilite os países em desenvolvimento a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a reverter o massacre da pobreza, da fome e das doenças que atinge bilhões de pessoas. Sob a forma de um órgão consultivo independente dirigido pelo Professor Jeffrey D. Sachs, o Projeto do Milênio das Nações Unidas encaminhou suas recomendações finais em Janeiro de 2005.
A Força-tarefa sobre a Fome é uma das 10 Forças-tarefa do Projeto do Milênio das Nações Unidas que ao todo englobam 256 especialistas de todo o mundo, incluindo parlamentares; pesquisadores e cientistas; formuladores de políticas; representantes da sociedade civil; agências da ONU; Banco Mundial; Fundo Monetário Internacional e o setor privado. As equipes das Forças-tarefas do Projeto do Milênio das Nações Unidas foram desafiadas a diagnosticar os principais empecilhos ao sucesso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a apresentar recomendações sobre como superar esses obstáculos para que as nações estejam no caminho correto para atingir as metas até 2015.


Para maiores informações:
Projeto Milênio das Nações Unidas:
Erin Trowbridge, Tel: +1 (212) 906 6821, Cel: +1 (917) 291 7974 erin.trowbridge@unmillenniumproject.org
Luis Montero, Tel: +1 (212) 906 5754, Cel: +1 (347) 267 7237, luis.montero@unmillenniumproject.org
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento:
William Orme (Nova Iorque), Tel: +1 (212) 906 5382, Cel: +1 (917) 607 1026, william.orme@undp.org
Mattias Johansson (Bruxelas), Cel: + (46-70) 316 23 44, mattias.johansson@undp.org
Cherie Hart (Bangkok), Tel: + (66-2) 288 2133, Cel: + (66-1) 918 1564, cherie.hart@undp.org
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil:
José Carlos Libânio (Brasília), Tel (61) 329-2040, jose.carlos.libanio@undp.org.br
Yolanda Pólo (Brasília), Tel: (61) 329-2014, yolanda.polo@undp.org.br
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
A Amazônia que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e índios é um lugar invadido se transformando em agropecuária, produção de grãos e até centro urbano. Estima-se que se nenhuma providência for tomada em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada. Pessoas já foram vítimas da grande violência por tentarem defender a terra, os índios Manokis, por exemplo, foram expulsos do seu território e outros 170 povos que ali residiam. Tudo começou em 1970, quando a ditadura militar decidiu ocupar o território para não correrem o risco de perdê-la. Chegavam milhares de pessoas de todos os lugares do país para trabalharem nas terras, mas a maioria dessas pessoas morria ou voltavam para a terra natal por falta de recursos. Os que conseguiram permanecer nas terras, começaram a fazer queimadas para cultivar seu alimento. Havia e ainda há vários fazendeiros e especuladores interessados em apropriar-se de um pedaço de terra da Amazônia e isso além de desmatar o que formalmente seria preservado, provoca várias mortes, pois a busca incansável por terras os leva a cometer além de crimes ambientais, crimes contra a vida humana. Algumas empresas renomadas também contribuem para a destruição da Amazônia, pois ao comprarem matéria-prima ou qualquer tipo de material ilegal estão contribuindo para que essa ação seja continuada e o ambiente altamente prejudicado. Sem falar que a floresta ameniza o aquecimento global retendo e absorvendo o dióxido de carbono, limpa a atmosfera, traz circulações de águas entre outros benefícios que estão sendo inibidos por pessoas sem escrúpulos. É necessário que medidas rígidas e severas sejam tomadas para o bem da nação e da vida humana que necessita da Amazônia para amenizar o estrago já feito pelo homem. Por Gabriela Cabral Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008





Cai do céu, mas pode faltar
A humanidade desperdiça e polui a água como se nada valesse – e já paga o preço por isso

O nosso planeta azul vive um paradoxo dramático: embora dois terços da superfície da Terra sejam cobertos de água, uma em cada três pessoas não dispõe desse líquido em quantidade suficiente para atender às suas necessidades básicas. Se o padrão atual de aumento de consumo for mantido, calcula-se que essa proporção subirá para dois terços da população mundial em 2050. A explicação para o paradoxo da escassez na abundância é a seguinte: a água é um recurso renovável pelo ciclo natural da evaporação-chuva e distribuído com fartura na maior parte da superfície do planeta. Acontece que a ação humana afetou de forma decisiva a renovação natural dos recursos hídricos. Em certas regiões do mundo, como o norte da China, o oeste dos Estados Unidos e o Lago Chade, na África, a água vem sendo consumida em ritmo mais rápido do que pode ser renovada. Estima-se que 50% dos rios do mundo estejam poluídos por esgotos, dejetos industriais e agrotóxicos. "Em alguns casos, a sujeira é irreversível e aquela fonte de água jamais poderá voltar a ser utilizada", disse a VEJA o belga Jan van Wambeke, chefe de desenvolvimento de terras e água do escritório latino-americano da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Calcula-se que 30% das maiores bacias hidrográficas tenham perdido mais da metade da cobertura vegetal original, o que levou à redução da quantidade de água.
Nos últimos 100 anos, a população do planeta quadriplicou, enquanto a demanda por água se multiplicou por oito. Estima-se que a humanidade use atualmente metade das fontes de água doce do planeta. Em quarenta anos, utilizará perto de 80%. Apenas 1% de toda a água existente no planeta é apropriada para beber ou ser usada na agricultura. O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa cota de água doce já deveria despertar preocupação similar à existente em relação à gasolina. Não é o que acontece. Em tese isso faz sentido, pois a água é mais abundante e barata que o petróleo – combustível fóssil cuja escassez nos deixa apreensivos quanto ao futuro e já nos custa caro na hora de encher o tanque do carro –, com a vantagem de ser um recurso renovável. O petróleo, no entanto, pode ser trocado por outras fontes de energia. Já a água é insubstituível. "Ainda hoje usamos esse bem vital com a mesma falta de cuidado que se tinha no século XIX", diz a especialista em água Petra Sánchez, da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
AP
Jatos de água para amenizar o calor numa vila japonesa: uso generoso dos recursos hídricos
Muitos especialistas temem que no futuro haja guerras não mais por petróleo, mas por água. Em parte, o perigo está no fato de que nenhum país é totalmente dono de sua própria água. A maior reserva de água subterrânea existente no mundo, o aqüífero Arenito Núbia, distribui-se pelo subsolo de quatro países – Líbia, Egito, Chade e Sudão. O aqüífero Guarani, segundo em extensão, é dividido entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Mais de 200 rios cruzam fronteiras nacionais. Pouca gente nota, mas a água tornou-se um dos produtos mais presentes no comércio global. Países com poucos recursos hídricos, como a China, compensam a escassez importando a "água virtual" embutida em produtos agrícolas ou industriais. Calcula-se que sejam necessárias 10 toneladas de água para produzir o equivalente a 2 dólares em trigo e a mesma quantidade do recurso natural, em média, para obter um produto industrializado de 140 dólares. Como se gasta muito mais água na irrigação do que nas fábricas, em proporção ao valor final do produto, pode valer mais a pena para um país importar alimentos e concentrar suas forças na indústria. A China, uma das nações com a menor disponibilidade de água doce per capita, está passando por essa transição. Recentemente, os três maiores lagos chineses foram cobertos por algas devido à poluição, que matou os peixes e impediu o uso da água no abastecimento da população. Na semana passada, o governo chinês anunciou um projeto para despoluir todos os lagos do país.
Os fatores humanos da escassez de água são agravados por eventos climáticos. De todas as previsões relacionadas ao aquecimento global, a mais surpreendente talvez seja a de que o clima da Terra ficará mais úmido, mas não de forma uniforme por todo o planeta. Haverá mais chuvas nas regiões próximas aos pólos e secas mais intensas nas áreas subtropicais. Isso deve piorar um problema contra o qual a humanidade já luta há milênios: a natureza nem sempre nos dá a água no lugar, no momento e na quantidade que precisamos. Mesmo países com água em abundância, como é o caso do Brasil, não estão livres de dilemas. O acesso à água potável depende de um sistema eficiente de coleta, tratamento e distribuição. Há duas razões principais para isso. A primeira é o crescimento populacional das cidades, que leva ao esgotamento das fontes hídricas próximas dos centros urbanos. A solução é trazer a água, um recurso pesado e difícil de transportar, de lugares cada vez mais distantes. Parte da água que abastece São Paulo é captada a 100 quilômetros de distância. A segunda dificuldade na captação de água limpa a baixo custo para as cidades é a poluição.
O uso de água imprópria para o consumo humano é responsável por 60% dos doentes no mundo. Por dia, 4.000 crianças morrem de doenças relacionadas à água, como a diarréia. Os especialistas costumam alinhar duas soluções principais para evitar a escassez de água de qualidade, própria para o consumo humano: cobrar mais pelo uso do recurso e investir no tratamento dos esgotos. O objetivo de cobrar mais pela água é desencorajar o desperdício. Na irrigação, por exemplo, que consome 70% de toda a água doce utilizada no mundo, pode-se economizar com sistemas de gotejamento e borrifação, mais eficientes que as técnicas de alagamento das lavouras. No Brasil, cobra-se pelo uso da água em apenas duas bacias hidrográficas formadas por rios de jurisdição federal (a lei permite que se faça o mesmo em outras cinco). A segunda solução, o tratamento de esgoto, possibilita que a água seja devolvida à natureza ou reutilizada. No fim do mês passado, o condado de Orange, um dos mais ricos da Califórnia, inaugurou a maior estação do mundo dedicada a transformar esgoto em água potável. Depois de limpa, a água é injetada no lençol freático do qual a cidade se abastece. É uma providência que vem em boa hora. A Califórnia não é apenas uma das regiões mais secas dos Estados Unidos – é também onde se encontra o maior consumo hídrico per capita do mundo. Sabendo usar, não vai faltar.

Aquecimento Global - Ficção x Realidade

Por Marcos Tadao Mendes Murassawa

O filme "O dia depois de amanhã", megaprodução hollywoodiana mostra a fúria do meio ambiente em resposta a todo o mal causado pelo ser humano. Chuvas de granizo do tamanho de uma bola de boliche, tornados engolindo prédios, o mar invadindo a cidade e um frio de menos 100°C. Como em vários filmes existem efeitos especiais exagerados, mas mesmo assim o filme passa uma imagem verdadeira - o aquecimento global no nosso mundo é preocupante podendo causar a devastação do ser humano.
Nos últimos meses, vimos no Sul do País ciclones que a princípio pareciam inofensivos, sendo que o homem desprezando este acontecimento não tomou as medidas cabíveis, resultando na destruição de lares e desaparecimento de pessoas. Já na Europa observamos o verão incandescente que resultou na morte de várias pessoas bem como a queima de várias florestas.
Recentemente em contramão a todos os cuidados com a natureza, o Brasil assinou um contrato para a construção de uma Usina de carvão mineral em Cachoeira do Sul/RS e um acordo com a China a respeito da Indústria Nuclear Nacional.
Assim vemos que mesmo com os excessos mostrados no filme "O dia depois de amanhã", o mundo caminha para uma tragédia que pode ser evitada, mas que não é face a ganância do ser humano em apenas lucrar com os recursos naturais sem repor ao meio ambiente.
Para entender tudo isso é preciso explicar alguns ítens importantes:
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